Consultoria, agência ou time interno de SEO? Um guia sincero para tomar a melhor decisão
Escrito por Otto VargaA pergunta que todo gestor, diretor de marketing ou empresário se faz quando precisa aumentar seu tráfego orgânico é: “Qual a estrutura certa para fazer SEO?”. É uma das decisões de alocação de recursos mais críticas que um negócio pode tomar, com o poder de definir o sucesso ou o fracasso de um canal que deveria ser seu maior ativo de longo prazo.
A resposta fácil? “Depende.”
A resposta de quem quer te vender uma solução a qualquer custo? “A gente.”
Minha resposta é: não existe um modelo “melhor”, e sim um modelo de projeto de SEO mais adequado à sua maturidade, orçamento, estrutura atual e tolerância ao risco. Tratar essa decisão de forma equivocada é uma das maneiras mais rápidas de desperdiçar dinheiro e tempo.
Não escrevo esse artigo para te convencer de uma escolha específica mas para te ajudar com um guia baseado na experiência de quem já atuou em dezenas de projetos dos mais diversos tamanhos.
Aqui, você vai encontrar os prós e contras reais de contratar uma consultoria, uma agência ou montar um time interno, com uma visão prática para tomar a melhor decisão possível.
Índice
Consultoria de SEO: alto nível de estratégia e baixo nível operacional
Uma consultoria de SEO é, essencialmente, o cérebro de um especialista experiente que você aluga por um período. Em vez de prometer volume ou executar tarefas operacionais, ela oferece diagnóstico, visão estratégica, planejamento e direcionamento claro para que o time interno consiga transformar recomendações em entregas reais. É um caminho particularmente eficiente para empresas que já possuem pessoas em conteúdo, desenvolvimento e marketing, mas sentem falta de foco e priorização.
A dificuldade de implementar um modelo de consultoria é moderada. O maior desafio não está no trabalho do consultor, e sim na sua seleção e na capacidade interna de execução. Há muitos “especialistas” no mercado; por isso, alinhar a experiência do consultor ao seu tipo de negócio e sua própria capacidade de execução é determinante para que a estratégia saia do papel.
O risco reside em pagar por uma estratégia robusta e não ter braço para implementá-la. Também há perigo quando o histórico do consultor não conversa com o seu contexto, como contratar alguém especialista em portais de notícias para conduzir um projeto complexo de SEO para e-commerce.
Em contrapartida, um bom consultor coloca você para competir com players maiores. Ele traz repertório de dezenas de cenários, plataformas e problemas, condensando anos de aprendizado em poucas reuniões. O diagnóstico e o planejamento costumam ser rápidos; a velocidade final dependerá do seu time. O custo é menor quando comparado a uma agência ou a um time interno completo, mas requer maturidade operacional para valer a pena.
Eu diria que é especialmente indicado para empresas com equipe interna que precisam de direção estratégica, para projetos técnicos e complexos como migrações, penalizações, planejamento de portais e grandes reestruturações, além de negócios que já trabalham com SEO internamente, mas buscam uma segunda opinião confiável.
Agência de SEO: volume, velocidade e operação estruturada
A agência é o modelo mais comum do mercado e combina estratégia com execução em escala. Ela opera como parceira operacional completa para quem precisa de velocidade e consistência sem depender de uma equipe interna. Entram no pacote a produção de conteúdo, o link building, as auditorias técnicas, iniciativas de CRO e a rotina de relatórios.
A dificuldade maior está na contratação, não na operação. Encontrar uma agência que vá além do básico e atue como parceira estratégica é o ponto crítico. Se o projeto vira apenas mais um número no portfólio, com alta rotatividade e execução nas mãos de times júnior, perde-se contexto e os resultados tendem a ficar medianos.
Quando o encaixe é preciso, a agência tem escala para competir em mercados agressivos. Ela produz muito conteúdo com qualidade, acelera a conquista de autoridade com link building e mantém uma eficiência técnica difícil de replicar sozinho. Em prazos, é um dos caminhos mais rápidos para colocar o SEO em movimento: em poucas semanas as entregas começam a aparecer.
O custo varia de moderado a alto, conforme profundidade e escopo. Ainda assim, é flexível: é possível começar menor e escalar com base no retorno. O foco deve permanecer no ROI de longo prazo, e não apenas em um pacote de entregas.
Eu particularmente recomendo para negócios locais que se beneficiam fortemente do posicionamento orgânico e precisam executar tarefas de forma ágil e com consistência, e-commerces de pequeno e médio porte e empresas em nichos onde link building ou grandes volumes de conteúdo são diferenciais críticos.
Time interno de SEO: SEO no centro da estratégia digital
Montar um time interno significa tratar o SEO como uma das peças centrais do negócio. É o modelo mais robusto, mas também o mais caro e difícil. Ele é ideal para empresas que enxergam o orgânico como canal estratégico e estão dispostas a investir no longo prazo para construir processos, conhecimento e autonomia.
A dificuldade é altíssima. É preciso atrair talentos, o que, vai por mim, não é simples. Treinar, integrar com produto, desenvolvimento e conteúdo, além de manter processos contínuos de melhoria e atualização já são tarefas difíceis para agências especializadas, imagina para empresas com baixa cultura SEO. O risco está no investimento fixo elevado e nas contratações erradas, que custam caro e podem fazer o projeto estagnar por meses.
Os benefícios costumam aparecer no longo prazo. Ninguém conhece tão bem o negócio quanto a própria equipe, e esse acúmulo de contexto vira vantagem estrutural difícil de copiar. A experiência é construída com o tempo, mas precisa ser oxigenada por treinamentos, benchmarks e, muitas vezes, consultorias pontuais para evitar visão de túnel.
Em geral pode levar meses até que o time ganhe tração e comece a gerar resultados consistentes. Passada essa fase, a eficiência tende a escalar. O custo é alto — salários, benefícios e ferramentas —, porém com potencial de ROI superior à média das outras estratégias, especialmente em negócios com base de conteúdo e aquisição orgânica relevante.
É o cenário ideal para empresas que veem o SEO como pilar vital, têm visão de longo prazo, orçamento robusto e sustentam uma cultura forte de produto e dados.
Fazendo SEO sozinho: um ponto de partida, não um modelo de escala
Essa parte é mais para uma alternativa do que um modelo sustentável. O “faça você mesmo” é comum no início de um pequeno negócio e cumpre um papel legítimo como fase de aprendizado. Ele permite entender o SEO e facilita nas tomadas de decisões futuras com mais critério. No entanto, não deve ser confundido com modelo de crescimento sustentável.
A dificuldade é muito alta. A execução de SEO é tecnicamente complexa, a informação disponível é frequentemente confusa ou de baixa qualidade. Os cursos especializados são poucos e muitos deles apenas abordam conteúdos básicos da disciplina. Por fim, o risco é altíssimo: além de erros técnicos que podem derrubar o site, há a ilusão de progresso em meses investidos em estudos e ações sem impacto real nos resultados.
Em nichos pouco competitivos até pode funcionar; fora disso, competir com times e agências estruturadas é tarefa árdua até mesmo se você for dedicado. O maior ganho está na experiência acumulada: aprende-se muito, mesmo errando. O tempo, contudo, é o custo mais pesado. Fazer SEO sozinho consome a agenda de alguém que poderia estar pensando no negócio como um todo.
O modelo híbrido: onde as melhores estratégias acontecem
Na prática, os modelos mais maduros combinam diferentes abordagens. Não se trata de escolher um e abandonar o resto, mas de compor o que faz mais sentido em cada etapa do crescimento. Abaixo cito os exemplos de modelos híbridos que já pude participar nos meus mais de 10 anos de SEO.
- Time interno + consultoria: você tem equipe, mas quer visão externa, auditoria, oxigenação e estratégia. – Meu modelo favorito para grandes negócios.
- Time interno + agência de nicho: equipe cuida da base, agência entra com demandas específicas (ex: link building). – Ideal para quem tem um time interno enxuto e precisa de insights de mercado.
Conclusão: a escolha certa depende do seu momento — e da sua ambição
Não existe uma resposta definitiva. Mas existe a decisão consciente:
- Consultoria se você tem equipe, mas falta direcionamento estratégico.
- Agência se você precisa executar o projeto de SEO e não tem equipe.
- Time interno se SEO é parte principal do seu crescimento de longo prazo.
- DIY se você está validando uma ideia, começando um projeto pequeno ou aprendendo.
Mas uma coisa é certa, a pior decisão é a inércia. Ficar tempo demais sem tomar uma decisão (ou procrastinar a mudança) é o que mais custa caro em SEO, afinal enquanto você pensa no que fazer o seu concorrente agradece e fica com todos os cliques da SERP.